Os snacks de fruta desidratada estão na moda, mas será o seu valor nutricional equivalente ao da fruta fresca? Descubra connosco!
A principal diferença entre a fruta fresca e a fruta desidratada é a sua composição hídrica, tendo esta última um reduzido teor de água face à primeira. Isto acontece, porque a fruta desidratada passa por um processo de desidratação – método de conservação que consiste na remoção de água. Desta forma, a fruta torna-se mais seca e com maior durabilidade face à fruta fresca não se deteorando tão facilmente. Este processo permite evitar o desperdício de fruta, mantendo a maioria das vitaminas e minerais, exceto a vitamina C, que é muito sensível à luz e ao calor.
A fruta desidratada pode ser uma escolha do consumidor pelas características organoléticas que apresenta, destacando-se a crocância, e por ser uma opção prática, pela facilidade na conservação e no transporte. No entanto, é muito importante ter em atenção a leitura do rótulo, principalmente verificando se na lista de ingredientes não constam ingredientes como o açúcar.
Os snacks de fruta desidratada sem açúcar adicionado têm a mesma quantidade de açúcar que a fruta fresca, pois o único constituinte retirado durante o processo de desidratação é a água. No entanto, se considerarmos o mesmo peso, a fruta fresca acaba por ocupar mais volume, promovendo uma maior saciedade. Ou seja, 100 g de maçã desidratada vão ocupar muito menos espaço/volume que 100 g de maçã fresca.
Segundo a Tabela de Composição dos Alimentos (INSA, 2019), 100 g de maçã fresca têm 62 Kcal, 13,1 g de açúcar e 2 g de fibra, enquanto 100 g de maçã desidratada têm 354 Kcal, 74,5 g de açúcar e 11,4 g de fibra. Assim, é evidente que o processo de remoção de água faz com que os macronutrientes (lípidos, hidratos de carbono e proteína) fiquem mais concentrados num menor volume do alimento.
Será então possível incluir fruta desidratada numa alimentação saudável? Claro que sim, desde que em quantidades adequadas. Por exemplo, o equivalente a uma peça de fruta corresponde a 1 maçã fresca média (~140 g) ou a 25 g de maçã desidratada (Associação Portuguesa de Nutrição, 2019). Ainda assim, é importante referir que num processo de emagrecimento, o consumo de fruta fresca pode fazer mais sentido por se poder “consumir mais”, devido ao volume maior do alimento (conferido pela água). Ambas as opções são viáveis, mas não se esqueça que a vitamina C está em défice na fruta desidratada, sendo por isso importante que não deixe de consumir fruta fresca diariamente.
Fonte: INSA (2019) Tabela de Composição dos Alimentos; APN (2019) Manual de Equivalentes Alimentares